De acordo com uma pesquisa da Boa Vista, 42% dos consumidores inadimplentes se consideraram “muito endividados” no segundo semestre de 2022. O estudo mostra que este percentual aumentou em 10 pontos percentuais em relação ao ano anterior e 5 pontos percentuais em comparação com os primeiros seis meses de 2022. Além disso, 43% dos inadimplentes relatam que as suas dívidas aumentaram de 2021 para 2022, enquanto 42% afirmam ter tido uma piora na situação financeira no segundo semestre de 2022.
A maioria dos consumidores inadimplentes (68%) pertencem às classes D e E, são economicamente ativos (85%) e têm entre 18 e 30 anos (35%). A maioria deste público são mulheres (56%). O desemprego foi citado como o principal motivo para a inadimplência por 30% dos entrevistados, enquanto a diminuição da renda foi a segunda razão apontada por 26%.
Segundo o IBGE, a taxa de desemprego no Brasil estava em 8,1% no final do trimestre de novembro de 2022, comparado com 11,6% no mesmo período de 2021. Além disso, 80% dos inadimplentes têm dificuldades para pagar suas contas, enquanto cerca de sete em cada dez possuem mais de três contas em atraso. Além disso, 62% têm dívidas com valor acima de R$ 3.000 e 87% estão negativados há mais de 90 dias.
Quase 30% dos consumidores estão inadimplentes devido ao não pagamento do cartão de crédito, enquanto 12% são devido ao cartão de loja. Outros 29% tiveram o nome negativado por causa do não pagamento de boletos bancários. As despesas com alimentação (23%) são o principal fator que ocasionou a dívida, seguidas por pagamentos de contas diversas (23%) e empréstimos (16%).
O economista da Boa Vista, Flavio Calife, afirma que a piora na situação financeira do consumidor já era esperada, devido ao aumento dos juros e da inflação, juntamente com o uso de créditos mais caros.
